Tuesday, October 4, 2011

Resenha: What Should I Do?


Imagine se houvesse uma versão intelectual da coluna “Pergunte a Claudia Matarazzo”, aonde você pudesse enviar suas perguntas mais complicadas sobre o que fazer quando dá de cara com um dilema filosófico? E não é que alguns filósofos já tiveram essa ideia? Depois de Existo, Logo Penso (Objetiva, 2009), publicado originalmente em 2007 nos EUA, chega às livrarias What Should I Do? (ainda sem tradução para o português, e sem previsão de publicação no Brasil, até onde eu sei), o segundo livro a ser publicado a partir do site askphilosophers.org, onde as pessoas podem postar perguntas para que filósofos profissionais (ou seja, acadêmicos) respondam, em um estilo parecido com esses de colunas de etiqueta, mas com um conteúdo mais voltado ao aspecto intelectual.

What Should I Do?, que tem como público-alvo os não-filósofos, é dividido em quarto capítulo principais: o pessoal, o público, o político, e a natureza da moralidade, e cada capítulo é ainda dividido em sub-seções. Cada uma dessa seções traz questões que foram postadas no site, e uma seleção de respostas acompanha. O livro, como o site,  conta com contribuições de vários filósofos de fama acadêmica considerável, como Thomas Pogge, Peter Lipton, e Marc Lange.  

Os temas do livro incluem morte, suicídio, caráter, eutanásia, aborto, punição, e religião, entre outros.

Para ler minha resernha completa do livro (em inglês), clique aqui.

Saturday, August 13, 2011

Auto-ajuda

Não entendo bem o perfil das pessoas que lêem esse blog, mas, a julgar por o que me informa o Google Analytics, tem uma quantidade razoável de gente que chega aqui via Google. Pelas palavras-chave de algumas buscas, imagino que grande parte dos leitores seja gente que estuda filosofia (ou gente com algum interesse especial pela área). Então, aproveitando que acabei de me dar conta que já faz 10 anos que eu estudo filosofia semi-profissionalmente e fiquei pensando no que é necessário para ser um bom estudante de filosofia, vou fazer um post meio auto-ajuda: coisas que eu, doutoranda, diria para minha eu caloura na graduação, 10 anos atrás.

1. Leia mais Aristóteles. Leia e releia a Ética a Nicômaco, as Categorias, a Metafísica, o De Interpretatione, os Analíticos, e o De Anima. Deixe o resto para depois.
2. Leia mais Kant.
3. Não tenha medo do Kant pré-crítico.
4. Não perca tanto tempo tentando ler Kant em alemão.
5. Continue lendo Frege, por mais difícil que possa parecer. Você não vai se arrepender.
6. Leia John Stuart Mill.
7. Leia Descartes;
8. Leia Peter Singer.
9. Deixe para ler Ricoeur, Benjamin, Adorno, Strawson, Chomsky etc. daqui a uns anos. Concentre-se nesse pessoal aí dos números 1 a 7.
10. Estude lógica. Faça do livro do Copi sua bíblia.
11. Não faça aquele monte de fotocópias. Compre os livros ou salve os .pdfs
12. Não empreste seus livros - com todas as suas notas nas margens - para os colegas. Os livros você poderá comprar novamente. Já as notas...
13. Estude mais latim. Dedique-se às aulas da Maria Laura como se não houvesse amanhã. E memorize todas as páginas da Gramática Latina, do Napoleão Mendes de Almeida.
14. Não desista do grego, mesmo parecendo impossível.
15. E, não se iluda, você faz muito bem em estudar alemão
16. Tome vergonha na cara e vá estudar mais espanhol.
17. Trabalhe menos, e leia mais.
18. Faça back-up de todos os seus arquivos, toda semana.
19. Se você quiser mesmo fazer a licenciatura junto com o bacharelado, vá em frente. Mas não diga que eu não avisei...
20. Evite discutir com a professora que é althusseriana hardcore. Finja que você nasceu pequeno-materialista (em vez de pequeno-burguesa) e se livre logo dessa matéria. Metabasis eis allo genos.
21. Brigue para fazer as optativas que você quer, e não as que eles te mandam fazer.
22. Escolha um orientador competente e, se possível, com um mínimo de estabilidade mental.
23. Vá aos grupos de estudo propostos pelo seu orientador, mesmo que eles sejam do outro lado da cidade.
24. Não leve seu orientador tão a sério em tudo.
25. Não leia Hegel (sobretudo não em alemão) logo nos primeiros anos da graduação, mesmo se o orientador com pouca estabilidade mental mandar.
26. Faça iniciação científica.
27. Tenha uma vida social. Muitos dos amigos/colegas de trabalho que você fará na graduação te acompanharão ao menos pelos próximos 10 anos.
28. Use filtro solar.

Thursday, July 28, 2011

Filosofia na (mas não necessariamente DA) cidade de São Paulo

Para o pessoal da grande São Paulo (e arredores) que se interessa por filosofia, sugiro acompanhar esse blog, que traz chamadas de trabalhos e artigos, anúncios de eventos (acadêmicos ou não) relacionados a filosofia.

Por enquanto, é novidade, mas seria bem legal se ele "pegasse", assim como esse aqui, gringo.

Thursday, June 30, 2011

Experimentos mentais

Enquanto eu não posto nada sequer ligeiramente "original"...

O site do John D. Norton, professor do departamento de história e filosofia da ciência da Universidade de Pittsburgh, tem uma lista bem legal, com explicações bem detalhadas, de experimentos mentais (thought experiments) em filosofia "das ciências". Alguns dos temas abarcados: Einstein, filosofia da física, filosofia da ciência.

Vale a pena explorar o site: http://www.pitt.edu/~jdnorton/Goodies/

(Pena é que é só em inglês...)

Tuesday, April 26, 2011

Gettier, o "one-hit wonder" da filosofia

Epistemologia é um ramo da filosofia que estuda o conhecimento humano (o que é, como ocorre etc.). Disso a maioria de nós já sabe. E, desde os tempos do velho Plato, a epistemologia é uma grande fonte de problemas cabeludos. Perguntas aparentemente simples quase fazem explodir a cabeça de gente como eu. De todas as perguntas, algumas das mais tenobrosas são:

Mas, e aí, que diabos é o conhecimento? O que difere um conhecimento de uma opinião, por exemplo?

Na visão mais clássica possível, para uma proposição ser considerada conhecimento, ela precisa estar passar pelo crivo dessas três condições:
(a) precisa ser uma crença (i.e. alguém precisa acreditar na tal proposição);
(b) precisa ser verdadeira; e
(c) precisa ser justificada (i.e. a pessoa que crê ou profere a proposição precisa ter boas razões para sua crença).

Simples, não? Pois é. Até 1962, tudo ia bem.

Mas aí, em 1963, Edmund Gettier publicou um artigo intitulado "Is Justified True Belief Knowledge?", no qual ele basicamente provou, com uso de contra-exemplos, que, diferentemente do que se havia acreditado desde os idos da filosofia antiga até 1962 (!!), conhecimento não é apenas uma crença correta justificada.

Gettier faz desabar a fundação da epistemologia em uma artigo de três míseras páginas, onde descreve dois contra-exemplos à tese clássica.

O pior é que os exemplos de Gettier são até meio confusos. O que aconteceu foi que, depois desse artigo, outros filósofos pegaram o argumento principal e desenvolveram exemplos mais claros (e, algumas vezes, mais elaborados).

Uma forma resumida (talvez simplista, mas sejam solidários...) de se apresentar a refutação de Gettier às três condições acima é a seguinte:

Imagine que eu vejo um caderno azul na mesa da sala da minha casa e que eu tenha evidências suficientes para crer que esse caderno pertence à minha mãe (suponhamos, por exemplo, que eu vi minha mãe comprar um caderno azul algumas horas antes). E eu também sei, digamos, que minha mãe tem R$10 na carteira (porque, suponhamos, quando ela foi comprar caderno, comentou comigo: "Puxa, só tenho R$10 na carteira!).

Assim, eu formulo a proposição: "A dona do caderno azul que está em cima da mesa tem apenas R$10 na carteira" (por transitividade de identidade).

Suponhamos, então, que eu chegue mais perto do caderno, e descubra que, na verdade, ele é um caderno meu, antigo, do qual eu já não me lembrava. E suponhamos ainda que, ao abrir minha carteira, eu descubra que tenho exatos R$10 lá dentro.

Nesse caso, pode-se dizer que minha crença de que "a dona do caderno azul tem apenas R$10 na carteira" é justificada e verdadeira, embora não pareça poder ser qualificada como "conhecimento". Poque "no fundo, no fundo", eu não sabia que a doa do caderno azul tinha R$10 na carteira. Isso ocorreu apenas por uma enorme coincidência. Sacaram?

Essa é uma paráfrase/adaptação do primeiro exemplo de Gettier. O segundo exemplo envolve disjunção (mas esse vocês podem ler diretamente no artigo dele, agora que já captaram a ideai principal - senão o post fica longo e repetitivo demais...).

A partir desse tal artigo, então, desenvolveu-se toda uma linha de argumentos/problemas, geralmente chamados Gettier-style arguments/problems (argumentos/problemas estilo Gettier). Em resposta a esses argumentos, alguns filósofos tentaram formular teorias mais elaboradas de o que é conhecimento, como teorias onde se insere uma quarta condição à definição, como a JTB+G (justified true belief + Gettier clause), ou seja: crença verdadeira justificada, com um aditivo de uma cláusula chamada "cláusula de Gettier", que exclua situações como as do exemplo acima.

Alguns filósofos alegam ainda que, em contra-exemplos como os de Gettier, há, sim, conhecimento. Uma linha mais ortodoxa de filósofos tenta, por outro lado, provar que em exemplos estilo Gettier não há crença justificada verdadeira. E é aí que os argumentos ficam realmente refinados e interessantes.

Curiosamente, no entanto, Gettier nunca publicou mais nada. Esse mísero artigo de três paginas garantiu sua carreira (hoje em dia, ele é professor emérito na University of Massachusetts Amherst) e sacodiu a epistemologia de um jeito que há séculos (ouso dizer!) não se fazia. Gettier é o maior one-hit wonder da filosofia.


Para ler mais:
William P. Alston. Beyond Justification: dimensions of epistemic evaluation. Cornell University Press. 2006.
E todos os livros do Ernest Sosa, John Greco e artigos do Stephen Grimm.

Tuesday, March 29, 2011

A bioengenharia como ela é

Além do ScienceBlogsBr, existem por aí vários outros ótimos blogs de ciência. Um deles é o Ars Physica. Recentemente, um dos autores do blog compartilhou um vídeo de uma das conferências TED (TED talks), que deve realmente assustar as pessoas que não acompanham com frequência a literatura especializada em bioengenharia. Vale a pena ir ao site deles e assistir ao vídeo.

Eu sempre tive inúmeras reservas em relação à engenharia genética e à falta de regulamentações para o desenvolvimento de pesquisas desse tipo, e constantemente as pessoas me olham como se eu fosse uma pessoa altamente conservadora. Sim, eu sou relativamente conservadora em relação à engenharia genética, porque eu acompanho a área com uma certa assiduidade e sei que tem muita coisa muito assustadora. Aí, o pessoal assiste a vídeos como esse aí e fica abismado - e me dá um pouco de razão.

Pois é. Não digam que eu não avisei.

Friday, March 4, 2011

John Stuart Mill não era um bebê tigre

Há mais ou menos um mês, começou toda uma polêmica nos EUA em torno da publicação do livro "Battle Hymn of the Tiger Mother". O livro de Amy Chua explora o sucesso das mães chinesas (tiger mothers) na criação de seus filhos, forçando encorajando-os a ser sempre os melhores em tudo (à exceção das artes - salvo música - e esportes), mesmo às custas de danos psicológicos (minha contribuição tendenciosa).

Segundo Chua em um artigo para o Wall Street Journal, suas filhas nunca puderam: dormir na casa de uma coleguinha, brincar com outras crianças, participar de uma peça de teatro da escola, reclamar sobre não poderem participar de uma peça de teatro na escola, assistir TV ou jogar video-games, escolher suas próprias atividades extra-curriculares, tirar nota abaixo de A, não ser as melhores alunas de suas classes - a não ser em educação física e teatro -, tocar instrumentos musicais que não piano ou violino, não tocar piano ou violino.

Peter Singer escreveu uma resposta sensacional ao argumento de Chua. Embora, como eu já devo ter dito, eu geralmente discorde de Singer por seu embasamento teórico puramente utilitário, eu ainda acho que ele seja um dos mais brilhantes filósofos da atualidade, e a crítica que faz a Chua, enfatizando os benefícios da "mãe-elefante" em relação aos da "mãe-tigre" não apenas trata do problema de forma precisa, mas também aponta para o motivo que justifica (a meu ver - não necessariamente segundo Singer) as falhas de caráter e as características extremamente competitivas (e nem sempre psicologicamente saudáveis) dos jovens norte-americanos.

Singer sublinha o aspecto da sociabilidade, que é deixado de lado na concepção de Chua, e explica como (desde o bom e velho Aristóeles e seu ditame "O homem é um animal social (político)" lá no início da Política) as práticas sociais na infância são fundamentais para o aprendizado da ética. Singer acrescenta que estamos indo pelo caminho errado se desejamos que nossos filhos sejam simplesmente os melhores na escola:

"Devemos ter por objetivo que nossos filhos sejam pessoas boas, e que vivam vidas éticas que manifestem preocupação com os outros, bem como consigo próprios. Essa visão de criação de filhos não está separada da felicidade: há númeras evidências de que aqueles que são generosos e bondosos são mais satisfeitos com suas vidas que aqueles que não os são. Mas isso também é, em si mesmo, um objetivo importante.  Tigres vivem vidas solitárias, exceto as mães com seus filhos.  Nós, por outro lado, somos animais sociais.  E assim também o são os elefantes, e as mães-elefantes não focam somente no bem-estar de sua própria prole.  Juntas, elas protegem e cuidam de todos os bebês de sua manada, tratando-a como uma espécie de berçário.  Se nós pensarmos apenas nos nossos próprios interesses, estamos fadados ao desastre coletivo - basta ver o que estamos fazendo com o clima de nosso planeta.  Quando se trata de criar nossos filhos, precisamos de menos mães-tigres e mais mães-elefantes." (Peter Singer, sup. cit. (ver link), minha tradução)

Isso - especialmente o fato de o utilitarismo que eu tanto detesto em Peter Singer ser baseado no utilitarismo de John Stuart Mill - me levou a pensar em James Mill, que notoriamente criou seu filho (John Stuart Mill, o próprio), de maneira um tanto peculiar.

J.S. Mill, aos oito anos, já havia aprendido grego e latim e havia lido diversos diálogos de Platão, incluindo o Teeteto, um dos diálogos platônicos mais difíceis. Sim, J.S. Mill teve um colapso nervoso aos 20 anos, e escreveu em sua biografia que a causa disso poderia estar relacionada à sua infância atípica. No entanto, seu pai, apesar da rigidez que aplicou a sua educação, privilegiou também as artes/humanidades (Mill estudou e escreveu poesias, além de ter lido clássicos da literatura). Na adolescência, ao contrário das filhas de Chua, que deveriam ficar em casa estudando, Mill foi morar na França, onde começou a se engajar no meio político da época.  Pouco tempo depois, viria a se tornar um dos grandes pensadores de economia e política do século XIX, e um dos maiores teóricos de ética da história da filosofia.

A história de Mill prova que é possível ser uma mãe ou pai rigoroso(a), sem que se tenha, necessariamente, uma repressão das necessidades sociais humanas. O contrário da educação da mãe-tigre não é uma educação relapsa. É uma educação global, enfatizando a fomação social e ética - a educação da mãe-elefante.  Não sei se J.S. Mill podia passar a noite na casa dos amiguinhos, nem se era obrigado a tocar piano e/ou violino; e ele certamente não assistia TV nem jogava video-game (Mill morreu em 1873!), mas a educação que recebeu, apesar da rigidez, está muito mais próxima a uma educação medieval clássica, ou uma educação renascentista, que a uma educação chinesa (ou chino-americana) contemporânea.

John Stuart Mill não foi um bebê-tigre; ele foi, na verdade (ao que tudo indica), o grande paradigma do sucesso do bebê-elefante.

Tuesday, February 1, 2011

Os 50 melhores blogs para estudiosos e pesquisadores na área de humanidades

Enquanto ando ainda sem tempo para postar coisas novas e originais (ainda estou devendo o resumo do interessantíssimo argumento de Santo Anselmo, eu sei...), vai aqui alguma coisinha para entreter o pessoal que lê inglês: uma lista dos 50 melhores blogs para scholars das ciências humanas. Os números 41 a 50 são blogs de filosofia, incluindo os renomados "Leiter Reports" e "In Socrates' Wake".

Fora da lista, e num tom mais introdutório e cômico, também vale a pena dar uma olhada no Philosophy Bro.

Espero poder voltar com mais em breve.

Saturday, January 15, 2011

Sobre o perdão e a misericórdia

Não faz muito tempo, o New York Times inaugurou uma seção chamada "The Stone", que é uma seção dedicada a editoriais de filósofos. Criticou-se bastante essa iniciativa e, mais exatamente, o resultado final dela, que foi inaugurada com um texto particularmente hediondo do Simon Critchley. E minha opinião é compartilhada pela grande maioria dos filósofos e (aspirantes a) nos EUA, mas sempre tem que goste. Não desgosto do Critchley. Ele é um bom esteta/teórico crítico/que seja, mas esse textinho para o NYT não agradou muito.

Mazelas à parte, o segundo texto da série, intitulado "On Forgiveness" (Sobre o Perdão), do Charles L. Griswold, é bem interessante. Talvez tenha calhado de eu achar interessante justamente porque na época em que o artigo foi publicado (há mais ou menos um mês), eu estava lendo Forgiveness and Mercy, um ótimo livro de Jeffrie Murphy e Jean Hampton, que Griswold menciona em seu texto para o NYT.

Forgiveness and Mercy é um livro caro, e que precisa desesperadamente de uma sequência. Explico: o livro, que é uma espécie de diálogo acadêmico entre Hampton e Murphy, foi publicado em 1988 e tem insights fenomenais sobre as relações entre o perdão, a vingança, o ódio, a justiça (especialmente a justiça retributiva) e a misericóridia. Mas é um livro curtinho e que tem muitos temas que, se melhor desenvolvidos, poderiam virar outros grandes livros. Murphy e Hampton infelizmente não poderão escrever a sequência, pois Hampton faleceu precocemente em 1996. Os temas estão aí pro pessoal da ética, filosofia política e filosofia do direito trabalhar em cima.

O livro inclui um capítulo final interessantíssimo sobre a misericórdia, que evoca o problema da aparente contradição entre justiça e misericórdia divinas levantada por Santo Anselmo. Posto o problema aqui nos próximos dias...

Para ler mais:
MURPHY, Jeffrie; HAMPTON, Jean. Forgiveness and Mercy. Cambridge University Press, 1988/1998. 208pp. (Sem tradução para o português)